Imagem capa - O poder da pós produção na identidade fotográfica por Sérgio Nogueira
Para fotógrafosPós Produção

O poder da pós produção na identidade fotográfica

Muitas vezes nos perguntamos: o que posso fazer para elevar a minha fotografia a outro nível? Como me diferenciar?

Com a constante evolução de equipamentos e softwares, o nosso mercado não é mais apenas separado por quem cria boas fotos. Uma boa qualidade do nosso trabalho fotográfico é o mínimo que podemos fazer e na atualidade precisamos de mais, muito mais.


Hoje, grande parte dos fotógrafos querem e precisam ser vistos. O bom e velho marketing é essencial para impulsionar nosso trabalho e, mais do que isso, torná-lo visível aos clientes potenciais. Mas, antes de divulgar massivamente o que estamos fazendo, precisamos nos aprimorar e, para isso, podemos seguir por vários caminhos: testar novos equipamentos, tentar ser o primeiro a utilizar os novos presets do LR, testar sempre os novos truques, etc. Ou seja, estamos numa constante busca de algo que nos possa diferenciar dos outros para que isso se torne uma vantagem competitiva. Mas já pensou que isso pode estar a levá-lo pelo caminho inverso?


Não quero com isso dizer que é ruim estarmos em constante evolução, pelo contrário. Porém, essa mudança constante pode não ser saudável, e é aqui que entra a identidade. Sabe aquela foto que quando olhamos conseguimos identificar de cara o seu autor? Quando falamos em identidade, temos que levar em consideração vários quesitos: composição, luz, direção – ou a falta dela –, mas uma das coisas que poucos estão atentos é sobre a pós-produção. Acredito que a “pós” é uma das principais propriedades a se ter em consideração quando falamos de identidade.



Poderia lhes mostrar vários exemplos do que estou falando, mas hoje separei apenas algumas fotos de uma fotógrafa talentosíssima, que tem uma identidade muito forte, por vários motivos. Susana Barbera procura nas suas fotografias camadas sempre muito bem desenhadas, composições ousadas e quase sempre com o quadro cheio e o seu preto e branco único, e é esse último aspecto que quero salientar.


Reparem: tive o cuidado de separar várias fotos de diferentes trabalhos e situações. Desde fotos de rua feitas com iPhone, fotos de família, retratos e fotografias de casamento. O mais incrível de tudo é que nenhuma das fotos é do mesmo momento ou evento, mas vistas em conjunto, elas criam uma “família” e facilmente identificamos que são do mesmo autor. Mesmo sem assinaturas, formando uma coleção.


Esse fenômeno se dá porque Susana se preocupa em manter uma identidade para sua fotografia, por meio de uma linguagem fotográfica bem definida, mas também pelo cuidado que tem em manter uma harmonia na sua pós produção, tornando o seu trabalho exclusivo. Com isto, queria apenas mostrar que existem várias formas de criar um diferencial na sua fotografia e, muitas vezes, seguir o que realmente acreditamos, é o caminho.